Seu pet já ficou mais quieto do que o normal, perdeu o apetite ou apresentou algum sangramento sem motivo aparente? Esses sinais podem indicar um problema grave: a doença do carrapato em cachorro.
O grande perigo está no fato de que, muitas vezes, os sintomas iniciais são sutis e o tutor demora para perceber que algo está errado. Quanto mais tempo a doença avança, mais difícil é a recuperação do cão.
Por isso, é fundamental conhecer os sinais da doença, entender como ela é transmitida e, principalmente, adotar medidas preventivas para proteger o seu bichinho. Continue lendo e descubra como manter seu melhor amigo seguro!
O que é a doença do carrapato em cachorro?
A doença do carrapato em cachorro é uma infecção grave transmitida pela picada de carrapatos contaminados.
Quando um carrapato infectado suga o sangue do cão, ele propaga microorganismos que causam problemas sérios na saúde do animal. As duas principais doenças causadas por carrapatos são:
- Erliquiose, provocada pela bactéria Ehrlichia canis, que ataca os glóbulos brancos e compromete o sistema imunológico do cachorro.
- Babesiose, causada pelo protozoário Babesia canis, que destrói os glóbulos vermelhos, levando à anemia e fraqueza.
São doenças que deixam o cão debilitado, com febre, falta de apetite, sangramentos e que podem, inclusive, levar à morte se não forem tratadas a tempo.
Dados do Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV) sugerem que a doença afeta anualmente cerca de 10% da população canina no Brasil, com taxas maiores em áreas rurais e periféricas, onde o controle de carrapatos é mais difícil.
Por isso, identificar os sintomas cedo e buscar ajuda veterinária é essencial para garantir a saúde do seu pet.
O que são carrapatos?
Os carrapatos são parasitas pertencentes à classe dos aracnídeos e se alimentam do sangue de mamíferos, incluindo cães e gatos.
Quando picam um animal infectado, eles se tornam vetores de doenças e as transmitem para outros cães.
Um único carrapato pode colocar centenas de ovos no ambiente, tornando a infestação rápida e difícil de controlar. Eles costumam se esconder em locais de difícil acesso, como orelhas, entre os dedos das patas e na nuca do cachorro.
Leia também: Pulgas e carrapatos: o que são e como proteger o seu pet?
Quais são os tipos de carrapatos?
No Brasil, o principal transmissor da doença do carrapato em cães é o Rhipicephalus sanguineus, conhecido como carrapato marrom do cachorro. Ele é resistente e se adapta bem a ambientes urbanos, sendo difícil de erradicar.
Existem outros tipos de carrapatos que transmitem doenças, como o Amblyomma cajennense, também chamado de carrapato-estrela, que afeta tanto cães quanto humanos.
Quais são as causas da doença do carrapato?
A principal causa da doença do carrapato em cachorro é a picada de carrapatos infectados. Os parasitas se alimentam do sangue do cão e, quando estão contaminados, transmitem os agentes infecciosos diretamente para a corrente sanguínea do animal.
Fatores como temperatura elevada, umidade e ambientes pouco higienizados favorecem a proliferação dos carrapatos e aumentam os riscos de infecção. Além disso, locais com grande circulação de cães, como parques, pet shops e canis, também costumam ser pontos de infestação.
Sintomas da doença do carrapato em cães
Os sintomas da doença do carrapato em cachorro podem passar despercebidos no início, o que torna o diagnóstico precoce um desafio.
Muitos tutores só percebem que tem algo errado com seu bichinho quando ele já apresenta sinais mais graves, como:
- Anemia;
- Falta de apetite;
- Dificuldade para se movimentar.
Alguns cães aparentam estar bem por semanas ou até meses antes de desenvolver sinais evidentes da infecção.
Isso acontece porque a doença evolui em diferentes fases, como veremos nos próximos tópicos.
Fases da doença do carrapato
Nos cachorros, a doença do carrapato se desenvolve em três fases: aguda, subclínica e crônica. Cada uma delas apresenta características distintas e afeta o animal de formas variadas:
Fase aguda
A fase aguda ocorre entre 1 e 3 semanas após a infecção e é o primeiro estágio da doença. É nesse momento que os primeiros sintomas aparecem, porque o organismo do cão começa a reagir à presença da bactéria (Ehrlichia canis) ou do protozoário (Babesia canis).
Os sinais clínicos variam de leves a intensos, dependendo do sistema imunológico do animal.
Durante essa fase, o cão pode apresentar:
- Febre alta, que pode vir acompanhada de tremores;
- Falta de apetite, levando à perda de peso repentina;
- Apatia e desânimo, o cão fica mais quieto e sem vontade de brincar;
- Sangramentos nasais ou urinários, devido à baixa contagem de plaquetas, que são responsáveis pela coagulação do sangue;
- Manchas avermelhadas na pele, que podem aparecer no abdômen e nas orelhas;
- Dificuldade para respirar, causada por inflamações e alterações nos vasos sanguíneos.
Se o diagnóstico e o tratamento forem feitos nessa fase, as chances de cura são altas e a recuperação costuma ser rápida. Quando a doença não é identificada, ela evolui para o estágio seguinte.
Fase subclínica
Na fase subclínica, o parasita continua no organismo do cão, mas sem causar sintomas visíveis. É como se a infecção ficasse “adormecida”, o que pode enganar o tutor e dar a falsa impressão de que o animal está saudável.
Apesar da aparente melhora, exames laboratoriais revelam alterações significativas no sangue, como:
- Baixa contagem de plaquetas, que pode levar a sangramentos espontâneos;
- Inchaço nas patas, causado por inflamações internas;
- Mucosas pálidas, principalmente na gengiva e nos olhos, indicando anemia;
- Perda de apetite intermitente, com períodos em que o cão come menos do que o normal.
Essa fase pode durar semanas, meses ou até anos, e muitos cães convivem com a infecção sem apresentar sinais evidentes.
No entanto, se o sistema imunológico do animal for comprometido por qualquer outro fator – como estresse, outras doenças ou idade avançada –, a doença progride para a fase crônica.
Fase crônica
A fase crônica é a mais perigosa e difícil de reverter. Nesse estágio, o organismo do cão já está bastante debilitado, e os sintomas são muito mais graves.
Os sinais mais comuns são:
- Anemia severa, que deixa o cão fraco e sem energia;
- Perda de peso significativa, mesmo que o animal continue se alimentando;
- Sangramentos espontâneos, como hemorragias nasais e manchas roxas pelo corpo;
- Infecções secundárias, como pneumonias, infecções de pele e diarreia persistente;
- Fraqueza extrema e dificuldade para se levantar, devido ao comprometimento do sistema imunológico e da circulação sanguínea.
Nessa fase, o tratamento se torna mais longo e complexo, com uso de antibióticos, transfusões de sangue e terapias de suporte para fortalecer o organismo do cão. Infelizmente, quando a infecção está muito avançada, o prognóstico pode ser desfavorável.
Como observar os sintomas em casa?
Você agora já sabe que os primeiros sinais da doença podem ser silenciosos. Por outro lado, você conhece bem o seu amigo, certo?
Então, fique sempre atento a qualquer mudança no comportamento do seu cão:
- Está mais quieto e sem energia, evita brincadeiras ou passeios;
- Demonstrou redução no apetite ou recusa sua comida favorita;
- As gengivas estão mais pálidas do que o normal.
Se perceber qualquer um desses sintomas, procure um veterinário o quanto antes! Lembre-se de que, quanto mais cedo a doença for diagnosticada, maiores serão as chances de recuperação.
Como é feito o diagnóstico da doença do carrapato?
O diagnóstico da doença do carrapato em cachorro é um desafio, já que seus sintomas são semelhantes aos de outras enfermidades, como a cinomose e a leptospirose.
Por isso, além da avaliação clínica, o veterinário precisa recorrer a alguns exames laboratoriais para confirmar a presença da infecção e determinar a melhor abordagem de tratamento. Veja quais são os principais!
Hemograma
O hemograma completo é um dos primeiros exames solicitados para identificar alterações no sangue:
- Anemia;
- Baixa contagem de plaquetas;
- Leucocitose ou leucopenia.
Embora não seja um exame definitivo, ele serve como um alerta para que o veterinário investigue mais a fundo a presença da doença.
Esfregaço sanguíneo
O esfregaço sanguíneo consiste na análise de uma amostra de sangue ao microscópio, buscando a presença do parasita dentro das células.
Esse exame é útil para identificar a Babesia canis, já que o protozoário costuma ser visível dentro dos glóbulos vermelhos. Porém, sua eficácia para detectar a Ehrlichia canis é menor, porque a bactéria nem sempre está circulante no sangue no momento do exame.
Assim, mesmo que o resultado seja negativo, a infecção não pode ser descartada sem outros testes complementares.
PCR (Reação em Cadeia da Polimerase)
O exame de PCR é um dos métodos mais precisos para diagnosticar a doença do carrapato. Ele detecta diretamente o DNA da bactéria Ehrlichia canis ou do protozoário Babesia canis, confirmando a infecção.
O teste é recomendado quando existe suspeita da doença, mas os exames anteriores não forneceram um resultado conclusivo.
O PCR também identifica a infecção nas fases iniciais, antes do aparecimento dos sintomas clínicos mais graves.
Testes sorológicos
Os testes sorológicos avaliam a presença de anticorpos que o organismo do cão produziu contra os agentes causadores da doença. Os mais usados são:
- Snap 4DX: teste rápido que detecta anticorpos contra Ehrlichia canis, Anaplasma e outras infecções transmitidas por carrapatos;
- Teste de imunofluorescência indireta (IFI): mede a quantidade de anticorpos presentes no sangue, indicando uma infecção recente ou passada;
- Teste ELISA: detecta e quantifica a resposta imunológica do cão contra a bactéria ou o protozoário.
Os testes sorológicos são úteis para indicar que o cão teve contato com o agente infeccioso, mas não conseguem distinguir entre uma infecção ativa e uma exposição anterior. Por isso, o veterinário precisa interpretar os resultados em conjunto com os sintomas e outros exames.
Tratamento da doença do carrapato em cães
O tratamento da doença do carrapato em cachorro depende da fase em que a infecção é diagnosticada e da gravidade dos sintomas apresentados.
O veterinário pode prescrever antibióticos, anti-inflamatórios, protetores gástricos e suplementos vitamínicos para fortalecer o organismo do cão e minimizar os efeitos colaterais do tratamento.
Nos casos mais graves, o animal pode precisar de terapia de suporte, com fluidoterapia para hidratação e equilíbrio dos eletrólitos, além de transfusões sanguíneas para repor a perda de glóbulos vermelhos e plaquetas.
O tempo de recuperação pode levar semanas ou até meses, dependendo da resposta do cão ao tratamento. Durante esse período, o acompanhamento veterinário regular é fundamental para garantir que o pet está evoluindo bem.
A doença do carrapato tem cura?
Sim! A doença do carrapato tem cura, mas o sucesso do tratamento depende diretamente da rapidez no diagnóstico e no início da medicação, como explicamos no tópico anterior.
Se a infecção for detectada na fase aguda, as chances de recuperação completa são altíssimas, e o cão pode voltar ao seu estado normal dentro de algumas semanas.
No entanto, se o diagnóstico ocorrer na fase crônica, a resposta ao tratamento é mais lenta e, em alguns casos, o animal pode desenvolver sequelas permanentes.
É importante destacar ainda que o cão pode ser reinfectado caso seja novamente picado por um carrapato contaminado. Por isso, além do tratamento, a prevenção é fundamental para evitar que o pet passe pelo mesmo problema no futuro.
Como prevenir a doença do carrapato?
A melhor forma de evitar a doença do carrapato em cachorro é impedir que o animal seja picado pelo parasita.
Como os carrapatos vivem no ambiente e se fixam no cão durante passeios ou contato com outros animais, a prevenção deve ser contínua e envolve tanto o controle do parasita no pet quanto a higienização do ambiente.
Algumas medidas eficazes de prevenção são:
- Uso regular de antiparasitários: coleiras, pipetas e comprimidos orais ajudam a matar carrapatos antes que eles transmitam a doença. A escolha do produto precisa ter orientação veterinária.
- Inspeção diária do pelo do cachorro: depois de passeios ou contato com outros animais, verifique regiões como orelhas, entre os dedos das patas e pescoço, onde os carrapatos costumam se esconder.
- Higienização do ambiente: limpe frequentemente a casa, o quintal e outros locais onde o cão dorme para evitar infestações. Em alguns casos, é indicado fazer uma dedetização.
- Evitar locais de risco: terrenos baldios, matas e áreas com alta incidência de carrapatos devem ser evitados, especialmente em épocas quentes e úmidas.
A prevenção é sempre mais eficaz do que o tratamento. Mantenha um controle regular dos carrapatos para proteger seu pet!
Coleira ConFront: proteção eficaz contra pulgas e carrapatos
Seu cão é mais do que um pet – ele é seu amigo, sua companhia, aquele que está sempre ao seu lado, nos momentos bons e ruins.
Mas, como explicamos ao longo deste conteúdo, a doença do carrapato pode ameaçar essa conexão e se instalar antes mesmo que você perceba. Você não precisa passar por isso!
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