5 Sinais de catarata em cachorro: como identificar e iniciar o tratamento?

A catarata em cachorro é mais comum do que parece e, muitas vezes, começa de forma discreta, quase invisível no dia a dia. Você já percebeu uma mudança no olhar do seu cãozinho? 

Talvez aquele olhar cheio de vida esteja um pouco mais nublado, e ele acabe trombando nos móveis ou deixando as brincadeiras de lado. Esses pequenos sinais, que muitas vezes passam despercebidos, sinalizam o início de um problema sério.

Pesquisas em oftalmologia veterinária mostram que a catarata está entre as principais causas de perda de visão nos cães. O desafio é que, nos estágios iniciais, os sintomas tendem a ser sutis, e identificar o problema cedo aumenta muito as chances de preservar a saúde ocular do pet.

Por isso, quanto antes você entender os sinais e buscar ajuda, maiores serão as chances de manter a qualidade de vida do seu cão. Hoje vamos conversar sobre como identificar o problema no início e quais cuidados fazem toda a diferença. 

Acompanhe!

O que é catarata em cachorro?

É chamado de catarata o processo em que o cristalino, a lente natural dos olhos, perde a transparência. Quando a passagem de luz até a retina é comprometida, a visão do animal fica turva e, em estágios avançados, pode ocorrer perda total da capacidade de enxergar.

Sem tratamento, o avanço costuma ser rápido e nem sempre apresenta sinais evidentes no início. Essa relação entre tempo e diagnóstico foi confirmada por um estudo publicado em 2025 na Revista Animals.

A pesquisa analisou mais de 3 mil imagens de ultrassom ocular e utilizou inteligência artificial para classificar os diferentes estágios da catarata, alcançando 92,03% de acurácia.

Os resultados mostram que a tecnologia auxilia os veterinários a definir com mais precisão o estágio da doença. Com isso, é possível escolher a abordagem terapêutica mais adequada e evitar que a visão seja comprometida de forma irreversível.

Embora seja mais frequente em cães idosos, a catarata também pode ocorrer em animais jovens. Casos ligados à predisposição genética, doenças como a diabetes ou histórico de lesões oculares reforçam a importância de atenção em qualquer fase da vida.

5 Sinais de catarata em cachorro

Como vimos, a catarata nem sempre apresenta sinais óbvios no começo. É justamente por isso que conhecer os indícios mais comuns é tão importante. A seguir, descubra quais mudanças no olhar e no comportamento do seu cão merecem atenção imediata.

1. Olho esbranquiçado ou azulado

A alteração na coloração do cristalino é um dos sinais mais evidentes. Ele pode ganhar um tom branco, acinzentado ou levemente azulado, indicando perda de transparência da lente ocular.

2. Dificuldade para enxergar em locais com pouca luz

A visão noturna tende a ser afetada antes da visão diurna. Por isso, o animal começa a hesitar ao andar no escuro, evitando corredores ou ambientes mal iluminados.

3. Esbarrar em objetos e móveis

Com a visão comprometida, o cão passa a bater em paredes, portas ou móveis que antes contornava com facilidade. Esse comportamento é um alerta para perda de percepção espacial.

4. Menor interesse por brincadeiras

Atividades que dependem de coordenação visual, como buscar bolinhas ou correr atrás de brinquedos, deixam de despertar o mesmo entusiasmo.

5. Maior sensibilidade à luz

Alguns cães demonstram desconforto diante de claridade intensa, evitando áreas ensolaradas ou mantendo os olhos semicerrados em locais muito iluminados.

O que causa catarata em cachorro?

Não há uma única causa para o surgimento da catarata em cachorros. Existem diferentes motivos e, em alguns casos, mais de um fator atua ao mesmo tempo, acelerando o avanço da doença. Entre as causas mais comuns estão:

  • Hereditária: ocorre por predisposição genética e é mais comum em determinadas raças, independentemente da idade ou histórico de saúde.
  • Congênita: presente desde o nascimento, causada por alterações no desenvolvimento do cristalino durante a gestação, podendo estar associada a infecções ou deficiências nutricionais na mãe.
  • Traumática: resultado de lesões nos olhos provocadas por acidentes, arranhões, presença de corpos estranhos ou impactos fortes na região ocular.
  • Inflamatória: consequência de doenças que afetam as estruturas internas do olho, como a uveíte, levando à perda de transparência do cristalino.
  • Metabólica: relacionada principalmente à diabetes mellitus, pois o excesso de glicose no sangue altera o metabolismo do cristalino e favorece o surgimento da catarata.

Por serem causas variadas, a avaliação de um médico-veterinário é indispensável. Consultas regulares e atenção a qualquer alteração nos olhos do seu pet aumentam as chances de identificar a origem do problema e agir antes que a visão seja comprometida.

Como tratar catarata em cachorro?

O tratamento da catarata varia conforme o estágio da doença, a saúde geral do cão e a presença de outras condições oculares. Veja a seguir as abordagens mais utilizadas pelos veterinários e quando cada uma pode ser indicada:

Acompanhamento clínico

Indicado para casos iniciais ou quando a visão ainda não foi comprometida de forma significativa. O veterinário acompanha a evolução e orienta cuidados para manter o conforto ocular, observando possíveis mudanças no ritmo da doença.

Controle de doenças associadas

Tratar problemas como diabetes mellitus ou inflamações oculares é fundamental para impedir o avanço da catarata. Manter essas condições sob controle ajuda a preservar a saúde e o bem-estar do animal.

Uso de colírios específicos

Auxiliam no alívio de inflamações e desconfortos, mas não revertem a opacidade do cristalino. Geralmente são utilizados como medida temporária até que o tratamento definitivo possa ser realizado.

Cirurgia de facoemulsificação

É considerada o método mais eficaz para restaurar a visão. O procedimento remove o cristalino opaco e o substitui por uma lente artificial. 

Segundo estudo publicado na Revista Animals em 2025, a taxa de sucesso cirúrgico varia entre 90% e 95%, especialmente em cães com boa saúde ocular e geral.

Cuidados pós-operatórios

Incluem o uso de colírios antibióticos e anti-inflamatórios, além de consultas de acompanhamento para monitorar a recuperação e prevenir complicações. A dedicação do tutor nesse período é determinante para o sucesso do tratamento.

Independentemente da abordagem escolhida, a avaliação por um médico-veterinário especializado em oftalmologia é necessária para garantir a conduta mais segura e preservar a qualidade de vida do pet.

O cuidado começa pela informação

Cuidar da visão do seu cão começa com informação e atenção aos detalhes. Agora que você já sabe identificar os sinais e entende como a catarata é tratada, fica mais fácil agir no momento certo.

Se perceber qualquer mudança no olhar ou no jeito dele se movimentar, procure um médico-veterinário especializado em oftalmologia. Um diagnóstico rápido pode significar manter a visão e garantir que ele continue aproveitando cada momento ao seu lado.

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Olhar nublado, tropeços e menos brincadeiras podem ser sinais de catarata em cachorro. Descubra como agir e proteger seu pet.

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