Erliquiose canina: o que é, como prevenir e tratar?

Seu cão anda mais quieto, evita brincadeiras e perdeu o apetite? Esses sinais podem indicar a erliquiose canina, uma doença grave transmitida por carrapatos que ameaça a saúde do seu pet.

O problema é que, nos estágios iniciais, muitos tutores acreditam que se trata apenas de cansaço ou indisposição passageira. Enquanto isso, a bactéria age silenciosamente, podendo causar complicações sérias e até irreversíveis sem um diagnóstico e tratamento rápidos.

Quer saber exatamente o que é a erliquiose canina, identificar seus sintomas e conhecer as formas mais eficazes de prevenção e tratamento? Continue a leitura e descubra como proteger seu melhor amigo.

O que é erliquiose em cães?

A erliquiose canina é uma doença infecciosa causada pela bactéria Ehrlichia canis, transmitida principalmente pela picada do carrapato-marrom (Rhipicephalus sanguineus). Ela compromete o sistema imunológico do animal e pode atingir órgãos como fígado, baço e medula óssea.

Após a picada de um carrapato infectado, o período de incubação costuma variar de 8 a 20 dias. Nesse intervalo, a bactéria se multiplica e circula pelo organismo, muitas vezes sem provocar sinais visíveis, o que dificulta a detecção precoce.

De acordo com dados do Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV), apresentados no Jornal Sampi, os casos de doenças transmitidas por carrapatos, incluindo a erliquiose canina, cresceram 35% no Brasil entre 2019 e 2023

O cenário, divulgado antes de 2025, mostra que a doença segue como um desafio de saúde animal, especialmente nas regiões Sudeste e Nordeste.

Popularmente conhecida como doença do carrapato no cachorro, a erliquiose não é a única ameaça transmitida por esse vetor. Outras infecções, como a babesiose, também podem colocar a vida do pet em risco.

Quais são os sintomas da erliquiose em cães?

A doença do carrapato em cães pode provocar alterações diferentes conforme a fase da infecção e a resposta do organismo. Muitas vezes, os primeiros sinais são sutis e acabam passando despercebidos, o que atrasa o diagnóstico e o início do tratamento.

Os sintomas mais comuns são:

  • Febre;
  • Perda de apetite;
  • Apatia ou fraqueza;
  • Perda de peso;
  • Sangramentos pelo nariz ou gengivas;
  • Manchas vermelhas na pele (petéquias);
  • Gânglios linfáticos inchados;
  • Olhos avermelhados ou com secreção;
  • Dificuldade para se movimentar;
  • Inchaço no abdômen;
  • Alterações neurológicas em casos mais graves.

Como muitos desses sinais também indicam outras doenças, é fundamental levar o pet ao médico-veterinário diante de qualquer alteração no comportamento ou na saúde. Somente a avaliação profissional e exames adequados podem confirmar a erliquiose canina.

Como prevenir a erliquiose?

A prevenção da erliquiose canina é 100% ligada ao controle de carrapatos. Esses parasitas são o único vetor da doença e podem transmiti-la com apenas uma picada. Para proteger o pet, adote medidas que impeçam o contato com o vetor e mantenham o ambiente livre de infestação.

A seguir, veja as principais estratégias recomendadas por médicos-veterinários para manter o seu cão seguro.

Coleiras antiparasitárias

As coleiras antiparasitárias criam uma barreira protetora que libera substâncias repelentes e carrapaticidas de forma contínua. Além de prevenir a doença do carrapato no cachorro, algumas também atuam contra pulgas e outros ectoparasitas. 

A durabilidade varia conforme o produto e o estilo de vida do animal, sendo essencial ajustá-las corretamente ao pescoço para garantir eficácia.

Medicamentos orais ou tópicos (com prescrição)

Tratamentos orais e soluções tópicas oferecem proteção sistêmica ou localizada, dependendo da formulação. Alguns eliminam o carrapato após a picada, enquanto outros têm efeito repelente imediato.

O intervalo entre doses pode variar de 30 dias a 12 semanas, e a escolha deve levar em conta peso, idade, histórico clínico e estilo de vida do cão, sempre sob orientação do médico-veterinário.

Higienização do ambiente (tapetes, casinhas, quintais)

Manter o ambiente limpo é fundamental, já que cerca de 95% dos carrapatos estão fora do animal, escondidos em frestas, tapetes e gramados

A limpeza regular de caminhas, casinhas e áreas externas, aliada ao uso de produtos específicos para controle ambiental, ajuda a eliminar ovos, larvas e ninfas antes que atinjam o pet. Aspirar cantos e lavar tecidos com água quente aumentam a eficácia do processo.

Evitar passeios em locais com mato alto ou infestação.

Locais com mato alto, folhas acumuladas e sombra úmida são ambientes ideais para a sobrevivência do carrapato. Reduzir passeios nessas áreas diminui significativamente o risco de contato com o vetor.

Em situações inevitáveis, reforçar o uso de antiparasitários antes do passeio é uma medida preventiva extra.

Manter o calendário de antiparasitários atualizado.

Seguir rigorosamente as datas de reaplicação dos produtos evita falhas de proteção. Mesmo atrasos curtos podem criar uma janela de risco para infestação. 

A combinação de controle contínuo no animal e no ambiente garante uma barreira efetiva contra a erliquiose em cães e outras doenças transmitidas por carrapatos.

Como é feito o diagnóstico e tratamento da erliquiose?

O diagnóstico da erliquiose canina começa com a avaliação clínica e o histórico do animal, especialmente a possível exposição a carrapatos. Como muitos sintomas são genéricos, a confirmação depende de exames específicos solicitados pelo médico-veterinário.

Entre os exames mais utilizados para confirmar a doença estão:

  • Exame de sangue (hemograma): avalia alterações como anemia e trombocitopenia.
  • PCR: detecta o DNA da Ehrlichia canis nos estágios iniciais da infecção.
  • Sorologia (ELISA ou RIFI): identifica a presença de anticorpos contra a bactéria.
  • Exame de esfregaço sanguíneo: pode revelar a bactéria dentro das células sanguíneas.

Quando os resultados confirmam a erliquiose, o tratamento deve ser iniciado imediatamente para aumentar as chances de recuperação e reduzir o risco de complicações. O protocolo é definido pelo veterinário conforme a fase da doença, a gravidade dos sintomas e o estado geral do animal. As abordagens mais utilizadas incluem:

  • Uso de antibióticos específicos, como a doxiciclina, administrados por várias semanas;
  • Terapia de suporte, incluindo fluidoterapia para hidratação e medicamentos para controlar sintomas;
  • Transfusões sanguíneas em casos de anemia grave;
  • Suplementação nutricional, quando necessária, para fortalecer o organismo durante a recuperação.

O acompanhamento veterinário após o tratamento permite verificar se o cão se recuperou totalmente e se não há sinais de nova infecção.

Seu pet protegido é um pet saudável

O controle regular de carrapatos, aliado à higienização do ambiente, mantém o cão protegido contra a doença do carrapato e outras enfermidades transmitidas por esses parasitas. 

Mesmo após o tratamento, adotar um plano de prevenção contínuo reduz o risco de novas infestações e mantém a saúde do animal sob acompanhamento.

A World Veterinária oferece diversas opções de produtos antiparasitários para apoiar esse cuidado. Escolha, junto com o médico-veterinário, a solução mais adequada para o seu pet:

Cuidar da proteção hoje é garantir mais qualidade de vida e bem-estar para o seu melhor amigo amanhã.

Descubra como a erliquiose canina pode ameaçar seu cão e aprenda formas simples de prevenir e manter seu amigo saudável.

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